Nos primórdios da computação, os computadores não possuíam sistema operacional, apenas existindo o hardware do computador. Operador e programador da máquina eram uma só pessoa, ou seja, todas as instruções necessárias ao funcionamento do hardware eram realizadas manualmente. Desta forma, todo o controle do sistema era feito através de botões e displays no console e o operador/programador monitorava a execução de um programa em tempo real. Sendo assim, os sistemas operacionais foram criados com a finalidade de tornar mais fácil e mais eficiente a utilização do computador.
Na década de 60, os primeiros "sistemas operacionais" eram únicos, pois cada computador era vendido com um sistema operacional específico. Isto gerava grandes problemas, pois resultava em arquiteturas diferentes e de pessoal especializado que entendesse de cada sistema operacional. Após essa fase, iniciou-se a pesquisa de sistemas operacionais que automatizassem as tarefas, pois os sistemas eram monousuários e tinham cartões perfurados como entradas (eliminando, assim, o trabalho de pessoas que eram contratadas apenas para trocar os cartões perfurados).
Um dos primeiros sistemas operacionais que tiveram destaque, o CTSS, desenvolvido pelo Centro Computacional Instituto de Tecnologia Massachusetts (MIT). A versão do CTSS, disponibilizada para usuários, foi demonstrada no IBM 7090 no MIT em novembro de 1961 e começou a funcionar efetivamente em 1963, onde foi utilizada por pesquisadores de computadores dos Estados Unidos. (Vide Figuras 2 e 3.)
Figura 2 - IBM 7090. | Figura 3 - Usuário trabalhando no IBM 7090 no SO CTSS. |
Em 1953, surgiu o sistema operacional chamado Multics, que foi um projeto realizado em parceria com o Instituto de Tecnologia Massachusetts (MIT), pela General Eletric (GE) e pelos laboratórios Bell (Bell Labs) e American Telephone and Telegraph (AT&T). A intenção era de que o Multics tivesse características de tempo compartilhado (vários usuários compartilhando os recursos de um único computador), sendo assim o sistema mais arrojado da época. Em 1969, já existia uma versão do Multics rodando num computador GE645. (Vide Figura 4.)
A partir da década de 60, começou a ser desenvolvido o sistema operacional UNIX, que teve em seus princípios muitas inovações do Multics. O UNIX criou um ecossistema de versões e inovações, entre estes, destacam-se: System V e derivados - família BSD (FreeBSD, NetBSD, OpenBSD, etc..), Linux (e derivados), HP-UX, AIX, e até o Mac OS X (que é uma variante dos BSDs). Em 1973, outro pesquisador da Bell Labs, Dennis Ritchie, reescreveu todo o sistema Unix numa linguagem de alto nível, chamada C, desenvolvida por ele mesmo. Entre 1977 e 1981, a AT&T, alterou o Unix, fazendo algumas mudanças particulares e lançou o System III. Em 1983, após mais uma série de modificações, foi lançado o conhecido Unix System IV. Até hoje esse sistema é usado no mercado, tornando-se o padrão internacional do Unix, comercializado por empresas como IBM, HP, Sun. (Vide Figura 5.)
Na década de 70, quando começaram a surgir os primeiros computadores pessoais, houve a necessidade de um sistema operacional de fácil operacionalização (já que, desde então, os sistemas operacionais não facilitavam a vida do usuário leigo). Então, em 1980, William (Bill) Gates e seu colega de faculdade, Paul Allen, fundadores da Microsoft (Figura 6.), compraram o sistema QDOS ("Quick and Dirty Operating System") de Tim Paterson por 50.000 dólares, batizaram-no de DOS (Disk Operating System) e licenciaram o software à IBM (Figura 7). O DOS fez tanto sucesso que foi utilizado como base para a tão conhecida família Windows.
No começo dos anos 90, um estudante de computação finlandês publicou em uma lista de discussão da Internet, que estava desenvolvendo um núcleo de um sistema operacional e perguntou se alguém gostaria de auxiliá-lo nesta tarefa. Este estudante chamava-se Linus Torvalds e o primeiro passo em direção ao tão conhecido Linux foi dado naquele momento.