Firewire

O Firewire surgiu, em 1995 (pouco antes do USB), como um concorrente do barramento SCSI. Inicialmente ele foi desenvolvido pela Apple e depois submetido ao IEEE, quando passou a se chamar IEEE 1394. Embora seja mais popularmente usado, o nome Firewire é uma marca registrada pela Apple, por isso você não vai encontrar referência a ele em nenhuma documentação ou produtos de outros fabricantes. Outro nome comercial para o padrão é o "i.Link", usado pela Sony.

O Firewire é um barramento serial, muito similar ao USB em vários aspectos. A versão inicial do Firewire já operava a 400 megabits (ou 50 MB/s), enquanto o USB 1.1 operava a apenas 12 megabits. Apesar disso, o USB utilizava transmissores e circuitos mais baratos e era livre de pagamento de royalties, o que acabou fazendo com que ele se popularizasse rapidamente. Na época, a indústria procurava um barramento de baixo custo para substituir as portas seriais e paralelas e, como de praxe, acabou ganhando a solução mais barata.

Atualmente, o Firewire enfrenta também a concorrência do eSATA, a versão externa do SATA, o qual permite a conexão de HDs e drives ópticos externos, o que o deixa em posição pouco confortável.

Assim como o USB, o Firewire é um barramento plug-and-play e suporta a conexão de vários periféricos na mesma por porta, utilizando uma topologia acíclica, no qual um periférico é diretamente conectado ao outro e todos se enxergam mutuamente, sem necessidade de uso de hubs ou centralizadores. Você pode, por exemplo, conectar um HD externo (com duas portas Firewire) ao PC e conectar uma filmadora ao HD e o PC enxergaria ambos. Veja um exemplo na Figura 1:

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Figura 1 – Topologia do barramento Firewire

O conector Firewire tradicional utiliza 6 pinos, sendo que 2 são usados para alimentação elétrica (como no USB). Existe uma versão miniaturizada (sem os pinos de alimentação) a qual possui apenas 4 pinos sendo muito comum em notebooks. Uma porta Firewire de 6 pinos é capaz de fornecer até 45 watts de energia, quase 10 vezes mais que no USB.

Veja abaixo algumas imagens - Figuras 2 e 3 - de conectores Firewire.

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Figura 2 – Conectores Firewire - fêmea (E), machado (D)

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Figura 3 – Entrada Firewire

Inicialmente, o concorrente do Firewire não era o USB, mas sim o barramento SCSI, que na época também era usado para a conexão de scanners e outros dispositivos externos. Embora fosse um pouco mais lento (até 160 MB/s no SCSI, contra 50 MB/s no Firewire). O Firewire era um barramento mais simples e muito mais flexível, permitindo a conexão de todo tipo de armazenamento, impressoras, scanners, dispositivos de áudio e vídeo e até mesmo a comunicação direta entre PCs, funcionando como uma interface de rede.

Apesar disso, com o surgimento do USB, o Firewire acabou restrito a alguns nichos. O principal deles é a transferência de vídeos, a partir de uma filmadora digital. Desde o final da década de 1990, as câmeras migraram das fitas analógicas para o padrão DV (digital vídeo), em que o vídeo é gravado diretamente em formato digital (numa fita mini-DV, HD ou mesmo memória flash como em alguns modelos recentes) e depois transferido para o micro através de uma porta Firewire para que seja editado e finalizado.

Embora seja um item de série nos Macs (as primeiras versões do iPod existiam apenas em versão Firewire), poucos chipsets para PC possuem controladores firewire integrados, fazendo com que os fabricantes de placas-mãe sejam obrigados a utilizar um controlador avulso. Encarecendo a placa, as portas firewire são oferecidas apenas nos modelos mais caros, ou voltados para o mercado gráfico. Naturalmente, existem também controladoras firewire externas, na forma de placas PCI ou PCI Express, mas elas também representam um custo adicional. Com a popularização das filmadoras, os fabricantes passaram a incluir também portas USB, eliminando o problema conforme Figura 4.

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Figura 4 – Entradas Firewire e USB

Atualmente estamos assistindo a uma lenta migração para o Firewire 800 (IEEE 1394B), um novo padrão, lançado em 2003, que dobra a taxa de transmissão, atingindo 800 megabits e utiliza um novo conector, com 9 pinos. Ele foi desenvolvido de forma que os cabos e periféricos antigos continuam sendo inteiramente compatíveis (usando o cabo apropriado, com um conector de 9 pinos  em uma ponta e um de 6 ou 4 pinos na outra), embora não se beneficiem do aumento na velocidade.

Uma observação é que, devido a uma combinação de implementação de drivers, o suporte a USB 2.0 nos Macs G5, PowerBook e outros da safra baseados em chips PowerPC é deficiente, fazendo com que as transferências feitas, através das portas USB 2.0, acabem sendo mais lentas do que através das portas Firewire 400. De qualquer forma, apesar da polêmica em torno no USB 2.0 x Firewire 400, o Firewire 800 é indiscutivelmente mais rápido.

Veja abaixo algumas ilustrações auto-explicativas. Figuras 5, 6 e 7.

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Figura 5 - Conectores Firewire Figura 6 - Hub Firewire

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Figura 7 – Aspectos de constituição e mecânicos

Figura 7 - Esquema elétrico